Na segunda-feira, a moeda norte-americana recuou 0,34%, cotada a R$ 5,8512. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira fechou em alta de 1,39%, aos 129.454 pontos. Notas de dólar, em 10 de abril de 2025
Tatan Syuflana/ AP
O dólar opera em alta nesta terça-feira (15), tendo atingido a máxima de R$ 5,90, conforme aumentam as incertezas sobre os rumos da guerra comercial com o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O cenário fiscal e o início da temporada de balanços corporativos no exterior também ficavam no radar. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, também opera em alta.
Na véspera, Trump sugeriu possíveis isenções para as tarifas de 25% impostas às importações estrangeiras de automóveis e peças automotivas, dizendo que estava “procurando algo para ajudar algumas das montadoras”.
Além disso, na sexta (11), isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas aplicadas sobre mais de 180 países.
Apesar de o republicano destacar que os eletrônicos não estavam sendo exatamente liberados da taxação, mas que integrarão uma nova categoria de tarifas, a decisão trouxe certo alívio aos mercados financeiros.
Isso porque a leitura dos investidores foi que a iniciativa poderia sinalizar uma maior disposição de Trump para negociar, sobretudo com a China.
Ainda assim, as respostas ao tarifaço continuam, principalmente da China. Nesta terça-feira, o gigante asiático ordenou que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da Boeing. Pequim ainda pediu que as transportadoras do país também suspendam as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas.
A decisão vem em resposta às tarifas de 145% impostas pelos EUA aos produtos chineses. Após o anúncio, as ações da Boeing caíam mais de 3%.
No Brasil, o destaque fica com o envio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026 ao Congresso por parte do governo. A expectativa é que a meta fiscal primária seja fixada em 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Perto das 13h40, o dólar subia 0,88%, cotado a R$ 5,9025. Veja mais cotações.
Na segunda-feira (14), a moeda americana teve baixa de 0,34%, cotada a R$ 5,8512.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,34% na semana;
ganho de 2,55% no mês; e
perda de 5,32% no ano.

a
📈Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 1,39%, aos 129.454 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 1,39%, aos 129.454 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,39% na semana;
recuo de 0,62% no mês; e
ganho de 7,62% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos mercados financeiros continuam voltadas para o tarifaço de Trump. Na véspera, o presidente norte-americano indicou que avalia um possível alívio tarifário para o setor automotivo, mas indicou que espera taxar a importação de produtos farmacêuticos em breve.
As afirmações aumentaram as incertezas dos investidores sobre o rumo da imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos e seus efeitos pelo mundo — principalmente porque a China continua a anunciar retaliações.
Nesta terça-feira (15), por exemplo, Pequim ordenou que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da Boeing e pediu que transportadoras chinesas suspendam as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas.
A decisão veio em resposta às tarifas de 145% impostas pelos EUA aos produtos chineses importados pelo país, o que aumenta os temores sobre a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Além disso, o chefe da Administração Geral de Alfândegas da China encorajou as empresas de importação e exportação do país a expandirem em diversos mercados como forma de enfrentar os desafios apresentados pelas tarifas dos EUA.
Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Na véspera, o diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Christopher Waller, afirmou que a política tarifária de Trump é “um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas”.
Segundo analistas da XP Investimento, apesar da indicação de Waller de que os efeitos das tarifas sobre a inflação sejam “transitórios”, o Fed começa a entrar em um “momento difícil”.
“Vemos o Fed entrando em um momento difícil, com a inflação pressionada, enquanto a economia pode enfrentar uma recessão devido às incertezas trazidas pelo aumento das tarifas comerciais implementado pelo governo Trump”, afirmaram os analistas em relatório.
Além disso, os bancos dos EUA começaram a sinalizar que os gastos dos consumidores norte-americanos se beneficiaram do forte crescimento salarial e do baixo desemprego até agora, mas enfrentam grandes riscos à frente caso a política comercial de Trump persista.
Na agenda internacional, o destaque fica para a produção industrial da zona do euro, que cresceu mais do que o esperado em fevereiro, segundo dados da Eurostat divulgados nesta terça. A produção nas 20 nações que compartilham o euro aumentou 1,1% no mês, contra a expectativa de alta de 0,3%.
O resultado aumentou a expectativa de que o setor irá se recuperar após dois anos de recessão, mesmo que a política comercial dos Estados Unidos mantenha os riscos elevados.
Ainda assim, a leitura é que caso as tarifas de Trump se comprovem duradouras, a tendência é que a produção diminua mais uma vez ao longo do tempo, já que a demanda de outras regiões e os gastos mais altos provavelmente não compensarão as vendas perdidas no curto prazo, argumentam economistas.
No Brasil, dados da véspera indicaram que o comércio com os EUA bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, mesmo em meio ao tarifaço. O país importou mais produtos dos americanos do que exportou.
De acordo com a edição do Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicação trimestral da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a corrente de comércio entre os dois países alcançou US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica.
O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Para esta terça, investidores seguem na expectativa pelo envio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026 ao Congresso por parte do governo. A expectativa é que a meta fiscal primária seja fixada em 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).



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