Oito pessoas são atendidas com alucinações e outros sintomas na UPA de Porto de Galinhas após consumirem droga sintética
03/05/2024
(Foto: Reprodução) Pacientes apresentavam sintomas como descontrole e alucinações. Polícia Civil investiga caso para descobrir quem forneceu entorpecentes. UPA de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco
Reprodução/WhatsApp
Ao menos oito pessoas foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, depois que se sentiram mal após consumirem uma droga sintética do tipo K. Segundo a Secretaria de Saúde de Ipojuca, os pacientes deram entrada na unidade na quinta (2), levados pela própria população, após apresentarem sintomas de descontrole.
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De acordo com a Secretaria de Saúde, algumas pessoas apresentavam um estado de depressão, e outras, tiveram alucinações.
“Todos foram atendidos, medicados e liberados após estarem reestabelecidos”, informou a prefeitura, acrescentando que não houve agressões contra a equipe médica.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, a delegacia de Porto de Galinhas está apurando o caso e já iniciou as diligências.
O delegado Ney Luiz Rodrigues disse, em entrevista ao g1, que a polícia soube dos atendimentos informalmente e começou a investigar, primeiramente, para entender o que de fato aconteceu.
“Uma equipe nossa foi até a UPA e verificou com a equipe médica que ao menos 10 pessoas teriam sido atendidas. Segundo o relato dessas pessoas, elas teriam participado de uma festa e utilizado essa droga. Começaram a passar mal, com enjoos, dor de cabeça, e procuraram atendimento médico na rede de saúde”, disse Rodrigues.
Ainda de acordo com o delegado, este é o primeiro registro sobre drogas do tipo K na região de Porto de Galinhas. Rodrigues explicou que as investigações vão prosseguir para esclarecer onde e como se deu o uso dos entorpecentes e quem forneceu as drogas.
Potencial destrutivo
As drogas tipo K são desenvolvidas em laboratório e têm alto potencial destrutivo. Conhecidas nas ruas como K2, K4, K9 e spice, elas têm chamado a atenção dos governos por conta dos danos provocados aos usuários.
Apesar de muitas vezes serem chamadas de "maconha sintética", a denominação é considerada inadequada, pois as drogas sintéticas não são derivadas de plantas e não têm relação com a cannabis, podendo influenciar o debate sobre o uso da cannabis medicinal.
Em entrevista ao g1 em 2023, a professora e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Cannabis (Neicann) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Fernanda Bono Fukushima, explicou a preocupação com a denominação.
"Ela é vendida como maconha artificial, maconha falsa, maconha alguma coisa, com nomes que fazem alusão de que ela é mais inofensiva. Faz parecer uma coisa supernatural e pouco nociva, mas o que percebemos é que ela é uma droga sintética com um potencial lesivo grande para quem usa e podem levar a morte", afirmou a pesquisadora ao g1.
Fukushima também alertou que as drogas K são um risco não apenas para quem usa, mas também para pessoas que entram em contato com essas pessoas, pois podem se tornar agressivas. Segundo os pesquisadores, o potencial desse tipo de entorpecente é 100 vezes maior que a maconha.
"As drogas K são perigosas, e quando chamamos de maconha ela ganha um potencial menor. Você não ouve falar em overdose de maconha, por exemplo", analisou Fukushima.
Entre os sintomas que as drogas K podem provocar no corpo dos usuários estão:
Causam dependência;
Atingem diversas regiões do corpo;
Têm potencial para aumentar a depressão;
Aumento da frequência cardíaca;
Ataques de raiva e agressividade;
Paranoia;
Ansiedade;
Alucinações;
Convulsões;
Insuficiência renal;
Arritmias cardíacas;
Morte.
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